Arei meu ser III

Arei meu ser

Com o melhor de ti

E o melhor de mim

De nós…

Arei meu ser completamente

Enchi-me de sementes

E cheiro de algodão

Sair cheinho de amor no coração

Arei meu ser com sumo de mata-pastos

Com a relva dos teus campos

Com limo da beira do rio

Arei-me de lama da cabeça aos pés

E esperei maré

La vem, lá vem, lá vem…

Arei meu ser com uns gritos

Ecos em mim

Em nós

Com o conselhos de nossos pais e avós

Arei-me assim tão completamente

Que faço poemas da mente

Dementes…

Mas de profundo amor por ti

Oh minha cidade-céu Arari

Não morrerei sem que antes volte a ti

E, assim, encherei o meu céu de estrelas

Meus jardins de flores

Essências de ti

Eu sei que arei meu ser com a pelada na porta da rua

Com vestes ‘semi-nua’

Com comida quase crua

E me afligir com a braveza da águas do Mearim

Mas me arei com o teu amor sublime e eterno

Pois com que vestes for

Recebas sempre a minha declaração de amor

Nilson Ericeira