Poeta caduco

Mudo,
surdo, vazio,

Cheio
de si

E
dos outros

Das
coisas…

 

Dos
homens incertos

Da
justiça cega

Obscura

Inepta…

 

Do
prato cheio

Vazio

Da
forca

E
da prisão…

 

Poetizo-me

Neste
poema caduco

Vazio
de poema

De
rimas

De
tons

E
encantos,

Apenas

Cineasta
desta reflexão…

 

Emudecidos
homens

De
indiferença crescente

Num
mundo só

Absolutamente
sós

Em
recintos

Clausuras
de homens

De
restos

Sobras

Da
soberba

E
da pretensão.

 

Caduco
poeta

Entre
linhas

Trilhas
sonoras

No
silêncio desta auto-flagelação.

 Nilson
Ericeira