Com
a boca cheia de versos
Com
os versículos na ponta da língua
De
voz eloquente
Com
o coração cheio de ódio
Toxinas
da desarmonia
No
peito, o trejeito de quem encomenda a salvação
Expulsa
e bota pra correr os demónios
Anuncia
as próximas catástrofes
E
se alia ao mal
Mais
parece um papagaio letrado
Nos
seus clichês diários
Enaltece
um cristo que não conhece
Diz-se
representante do Pai na terra
Ai
de você se não se converter meu irmão
O
suposto cristo te leva à condenação
Mas
no bolso, alguns tostões
O
anti-cristo vive nas nuvens
Distante
de Deus e dos céus
Mesmo
que sapiente da palavra
Usa
em causa sua
E,
então, segue repetindo palavras
Ai
de nós se duvidar
Pois
logo ganhamos o apelido de hereges
Melhor
seria segui-lo para ver até onde pretende chegar
Antes,
porém, o desnudamos de sua face hipócrita
Ericeira
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