O anti-cristo

Com
a boca cheia de versos

Com
os versículos na ponta da língua

De
voz eloquente

Com
o coração cheio de ódio

Toxinas
da desarmonia

No
peito, o trejeito de quem encomenda a salvação

Expulsa
e bota pra correr os demónios

Anuncia
as próximas catástrofes

E
se alia ao mal

Mais
parece um papagaio letrado

Nos
seus clichês diários

Enaltece
um cristo que não conhece

Diz-se
representante do Pai na terra

Ai
de você se não se converter meu irmão

O
suposto cristo te leva à condenação

Mas
no bolso, alguns tostões

O
anti-cristo vive nas nuvens

Distante
de Deus e dos céus

Mesmo
que sapiente da palavra

Usa
em causa sua

E,
então, segue repetindo palavras

Ai
de nós se duvidar

Pois
logo ganhamos o apelido de hereges

Melhor
seria segui-lo para ver até onde pretende chegar

Antes,
porém, o desnudamos de sua face hipócrita

 Nilson
Ericeira