O sonho de um menino

Arei
meu ser completamente

Vi-me
menino correndo ruas

Enlameando-me
e pulando barreiras

De
sobressalto em poças

Gritando
palhaço

Salvando
latinhas!

Vi-me
bem maior do que sou

Vi-me
criança!

Um
sonhador silencioso

Mirando
o rio…

Esperando
o sol…

Vendo
estrelas…

Velejando
no mar

Voando
aos mais distantes ares

E
te pedindo pra amar

Insinuado
coisas,

contando
histórias sem nenhuns sentidos

Pondo-me
de volta do teu lado

Sem
nenhuma pretensão do tempo passar

Igual
àquele colibri nômade

Atraído
pelo néctar

Pelo
embelezar das flores

Pela
essência da vida

É
que hoje voltei a outrora

Lembrei-me
da aurora da minha vida

Que
agora não tenho mais!

E
te vi saindo da escola

Escondendo
a sacola

Puxando
a saia

E
rindo para si mesma

‘Introspectiva,-mente’

Tão
lisa quanto o meu pensamento

E,
no cenário, um menino que te fazia poemas

Decorava
frases, falava alto, enunciava o que sentia

Mas
não era deboche

Eram
coisas que podiam te aproximar do meu coração

O
tom do amor menino

Então,
te dava morada e te eternizaste em mim

É
que hoje resolvi revolver o tempo

Devolver
à felicidade a mim mesmo

Naquela
mesma cidade sem pressa

Nos
dias da minha vida

Num
tempo único, infalível, simbólico

Eu,
metabólico, revolucionário e sonhador

Ali,
naquela casinha sem estrutura

Feita
com as vigas do tempo

Por
isso mesmo nunca desmoronou

Ainda
resiste aqui

Em
cenários de sonhos

Pondo-me
todos os dias arar

Sonhar
assim tão completamente

Que
da aurora da vida ainda vivo

Por
isso, antes que me declare

Sei
que sabes do teu amor aqui

Tão
sutil e aparente…

Até
parece a nuvem do dia,

que
aparece

E
vai…

Ainda
bem que sei onde estás

 Nilson
Ericeira