Meu
ser em pedaços
Hoje
eu pensei em me dividir
Mas
antes me diminuir
Arrastei-me
por sedução de amar
Porém
multipliquei meus sonhos
Em
pensamentos ganhei asas
E
sair pelo ar na esperança de me juntar
Recompor-me
no amor
E,
mesmo na multiplicação,
sintetizar
coisas do coração
Assim
seguir viagem
Logo
avistei pedaços meus dispersos
É
que sou ser divagante
Amante
que vive em devaneios
Produz
e reproduz mundos
Dilacera,
adoece e morre
E,
antes do sétimo dia,
renasce
no amor
E
te vi lendo livros
Página
a páginas em fotografias
Letras
postas, caminhos e direção
Lá
dentro, centelhas de mim no teu coração
Pus-me
a me juntar em mim mesmo
Mesmo
que sendo um ser em decomposição
Alimento
de bactérias
E
figurante de uma vida interior aos poucos explicita
Mas
decerto, nunca escondi que eu te amo
Mesmo
em linhas postas
Letras
sem junção
Sintaxe
sem combinação
Palavras
vazias, mas com essências tuas
É
que a minha incompletude me pede tua parte
E,
em alarde, te busca todos os dias mesmo em silêncio
Pois
é por teu amor que eu vivo
Assim,
junto e me esparro conforme ocasião
Mas
é esse o amor da minha ressurreição
Ericeira
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