A ressurreição de um poeta

Meu
ser em pedaços

Hoje
eu pensei em me dividir

Mas
antes me diminuir

Arrastei-me
por sedução de amar

Porém
multipliquei meus sonhos

Em
pensamentos ganhei asas

E
sair pelo ar na esperança de me juntar

Recompor-me
no amor

E,
mesmo na multiplicação,

sintetizar
coisas do coração

Assim
seguir viagem

Logo
avistei pedaços meus dispersos

É
que sou ser divagante

Amante
que vive em devaneios

Produz
e reproduz mundos

Dilacera,
adoece e morre

E,
antes do sétimo dia,

renasce
no amor

E
te vi lendo livros

Página
a páginas em fotografias

Letras
postas, caminhos e direção


dentro, centelhas de mim no teu coração

Pus-me
a me juntar em mim mesmo

Mesmo
que sendo um ser em decomposição

Alimento
de bactérias

E
figurante de uma vida interior aos poucos explicita

Mas
decerto, nunca escondi que eu te amo

Mesmo
em linhas postas

Letras
sem junção

Sintaxe
sem combinação

Palavras
vazias, mas com essências tuas

É
que a minha incompletude me pede tua parte

E,
em alarde, te busca todos os dias mesmo em silêncio

Pois
é por teu amor que eu vivo

Assim,
junto e me esparro conforme ocasião

Mas
é esse o amor da minha ressurreição

 Nilson
Ericeira