Ensaio solitário

 Como pássaro fugitivo

Que paga pena sem razão

Que experimentou e viveu solidão

De espaço e tempo reduzidos

De ‘fúngido’ olhar, matreiro em galho
artificial

Alguém que outrora viveu liberdade

Já na idade, com penas curtas

No infinito olhar, desilusão

E pensar, que um dia viveu, em
estações

Cantou e encantou, pois, agora

Não consegue mais voar

Desaprendeu com as grades ir além

Refugiou-se em si mesmo

Perdeu audição, mas nunca perdera o
amor do coração

Ah, volte a voar e encantar

Tome o voo preciso, risque o céu

Chame chuva, deleite-se com a
mãe-natureza

E, assim, esqueça açoite,

deixe fluir o amor do coração

   Nilson Ericeira