Ser arbitrário

Hoje eu
resolvi ponderar os meus pecados

E
assumir todos um por um

Da mesma
forma que fiz quando criei asas

E voei
feito passarinho no cio

E sentir
o céu com a imensidão da busca

Da mesma
forma que sentir frio e dor em noites de tempestades

E de
igual forma que sentir arder o calor do tempo em mim

Ainda
assim segurei lágrimas!

Segurei
meus versos como ninguém percebesse de que fonte me faltava

Ou mesmo
qual o amor de que preciso

E assim
criei cenários, dias e noites

Repartiu
meu ser entre o que me aceita e o que me repudia

Tentei
me depurar no amor de que me alimento

Mas
ofusquei meus desejos tão sublimes

Por isso
paguei o preço de ter sido levado

De ter
me negado, e no amor, calado

Visto
ser eu um ser que se alinha no verso

Mesmo
que em palavras tão arbitrárias e de sintaxe duvidosa

Contenha-me,
pois Senhor nestes versos de todos os dias

Que em
parição poética saem, fluem e voam…

E quero
um dia declamar para ti de todo o meu amor

Que me
seja pecado ou não

Mas sei
que são coisas de que produzo no meu coração

   Nilson
Ericeira