Escondo-me em mim mesmo
Ilações, encucações, devaneios
Ponho-me asas…
E as podo quando conveniente
Escureço e alumio
Ainda bem que sou gente
Senão, vaga-lume
Colibri passante, passageiro,
passarinho
Pois em visagens
É que, às vezes vivo nos escombros
Noutros sou nobre
Habito, habilito-me
Habito em casarões
E, de repente, dou-me no cantinho
qualquer
Vejo-me em solidão
Trago quem mora longe
Tranco as minhas portas
E não permito despedidas
Depois me devolvo a mim mesmo
Então, eis que novamente eu e mundos
Recomponho-me em outras cenas
Nilson Ericeira
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