Vive fugindo
de si mesmo
Vive
fingido que vive
E se finge
de morto
Enquanto
espera a morte
Vagando,
vagueia, disfarça…
Se
esconde…
Vive na
maromba da vida
Na
penumbra da noite
E o dia
que vem
O dia
que vai
O que
fica
No
ocaso…
No outro
dia esperado
Vive a
noite e o dia inteiro
Olha pra
lua inteira e a ver em pedaços
Ainda
assim se gaba de ser o melhor
Bebe
água e mata o rio de que bebe
Intoxica
com o desvalor
Endinheirado,
assiste a mortes
Assiste
mortes…
Assiste
na rua
E chora,
sente saudade, rir e se despede
A sua saúde
é a dor sentida
O último
suspiro,
A falta
de ar, a ausência de amor
Empatia,
antipatia, empatia…
Mas no
dia da sua despedida,
despedem-se,
aplaudem
E calam!
Ericeira
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