Ainda
silenciosa, pesar das agruras
Enfrentou
tempestades e ventanias
Em
chuva e sol
Vestiu-se
de ver, fez-se estações
Deixou
sementes e aromas por onde passou
Ao
sabor do vento experimentou tempos
Invernos,
verões, primaveras e outonos
Desabrochou
e exibiu-se como quem resistiu
Permitiu-se
flor, flores, folhas, frutos e sementes
Deixou-se
levar pelo vento
Enfrentou
mares revoltos
Chorou
copiosamente
Sentiu
saudade, pousou
Fez-se
folhas caídas a perambular no chão
Alegrou
corações
Animou
gerações e pariu outras vezes
E
nas manhãs coloriu jardins
Portou
esperança em mim
Traduziu
e ficou para sempre
Ericeira
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