Flor do vento

Ainda
silenciosa, pesar das agruras

Enfrentou
tempestades e ventanias

Em
chuva e sol

Vestiu-se
de ver, fez-se estações

Deixou
sementes e aromas por onde passou

Ao
sabor do vento experimentou tempos

Invernos,
verões, primaveras e outonos

Desabrochou
e exibiu-se como quem resistiu

Permitiu-se
flor, flores, folhas, frutos e sementes

Deixou-se
levar pelo vento

Enfrentou
mares revoltos

Chorou
copiosamente

Sentiu
saudade, pousou

Fez-se
folhas caídas a perambular no chão

Alegrou
corações

Animou
gerações e pariu outras vezes

E
nas manhãs coloriu jardins

Portou
esperança em mim

Traduziu
e ficou para sempre

 Nilson
Ericeira