Pobres versos meus

Que
escondem a minha dor

Mas
que não a cessam

Que
secam lágrimas

Mas
não as inibem

Que
me enchem de saudade e alagam meu ser

Pobres
versos

Eu
confesso omissão

Dissimulação

Dor
e aperto no peito

Pobres versos que me põem nas alturas

E me jogam no chão

Que escutam a minha voz

E me faz rasgar no peito o coração

Que me dão à escrita

Mas não me trazem conformação

Pobres versos meus

Velhos versos meus

Que me fazem enxerga multidões

Logo à solidão

Versos de encanto, de canto de amor e vida

Versos de despedida e de tristes partidas

Que partem meu ser e mostram a imperfeição

Que me deprimem por incompreensões

E que me têm nos abraços mais apertados

E uma saudade incontida, detida, fluída…

A escorrer no peito alagando meus olhos até
á escuridão

Pobres versos, ainda assim não me deixe

Pois assim posso rascunhar os sins e os
nãos da minha vida

E escrever até a exaustão, o que sente o
meu coração

 Nilson Ericeira