Eu queria ser melhor
Proponho-me a minha própria excreção
Pois da minha impureza me afasto
Mas sei me cubro com maldades
Não só pelo que me é pecado original
Mas também por um ser tão banal
Da minha dedicação me tenho dobrado
Mas de nada adianta quando a insana
insensibilidade perdura
Que mal eu fiz a não merecer nem
compaixão
Sei que sou um ser inacabado
E por demais me tenho pernoitado
Por vezes sozinho em mundos
Outras entre pessoas
Agora, ponho-me a reflexões tão
evasivas
Pois sei que não sou capaz de nada
Definha comigo meus gestos bons
Decompõem-se minhas partes
E em tudo vejo dilações
Pobre de mim, que nem cheguei,
topei em barreiras
Mas sei tenho culpa por ser tão bom e
leal
Deslocado num mundo que nega a tudo
isso
Melhor seria ser um contraventor de
regras
Ou mesmo ser um ser estéril
Talvez assim, melhor caminho teria
Não me resta outra saída,
a procurar saída neste labirinto
Mas ter calma é preciso,
pois de onde estou ninguém me pôs
Eu mesmo meu causei desalento
Nilson Ericeira
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