A fronteira

Hoje eu percebi
minhas fronteiras

Delimitei
meu ser para não amar mais da conta

Não
falar mais da conta

Não
viver mais da conta

E com
isso me delimitei

Sobremaneira
me afoguei em mim mesmo

Caminhei
sozinho num caminho longo…

Pisei em
folhas que pareciam quererem me adubar

Esqueci
um monte de coisas

E
lembrei do que parecia não me lembrar mais

Fiz-me
uma espécie de autoterapia

Renunciei,
caminhei, amei…

Fiquei
em solidão e abstinência de amar

Sentir
uma saudade retrospectiva

Busquei
pessoas e coisas

E
novamente meus olhos me denunciaram

Denunciai-me
e culpei-me por não ter seguradas nas mãos

Apenas
no coração com asas que ajudam a voar

E
passaram se passaram coisas

O tempo,
ah o tempo que não volta

Apenas
em resgates meus

Com isso
seguir minha viagem

Uma
viagem sobre mim mesmo

Meu
passado, meu presente, meu futuro

Em todos
coloquei em correntes pessoas generosas

Você no
meu coração a reger o tom da minha sinfonia

Acordei,
subitamente!

Era hora
de fazer novos aceiros

Por a
bagagem e sai por aí outra vez

Espero
logo voltar a uma viagem sobre mim mesmo

 Nilson
Ericeira