A despedida…

Lembro-me daquele dia de sol e
sombras

Deixaste a penumbra do tempo em mim

Essências de amor e vida

Assim me completei,

mesmo que em lágrimas me alagasse

Saciei-me na certeza de quem ama

E quando quase todos se despediam,

eu sozinho te acompanhei…

E sentir o quão profundo era o teu
amor em mim

Mas, calado e taciturno, partiste

Partiu meu ser e coração ao meio

Deixando-me marcas que em agruras não
cessam

Ainda te mexi como que fosse te dá
voz

Tentativa em vão, há muito teu ser
partira

Mas engrandeceste a vida como flor de
primavera

Como algodão que tece a vida

Como fio que busca o nós, feito malha
que faz tecido

Igual pássaro no horizonte…

Folha rolante…

E águas tranquilas que correm para o
mar

Quando se ama o amor fica e edifica

Cria raízes tão intensas e marcas
profundas

Com isso, sei que a despedida é um
encontro noutra estação

Enquanto isto não chega em demorado
tempo

Conservo o teu amor em mim

Mas eu te confesso, que têm dias que
me corta feito espada

Fere-me feito ferro

Queima-me feito brasa

Talvez por ser um amor assim tão
essencial que me abrasa

Nilson Ericeira