O trabalhador público, minha história e outras histórias

O
trabalhador público, minha história e outras histórias

 

Iniciei
a minha vida pública em 1979, quando vim da minha querida Arari aventurar aqui
na capital. Cheio de sonhos, minha mala mal cabia alguns pertences que foram
emprestados pelo meu irmão Riba.

Aqui
o desafio de ser um servidor, pouco saber e muita vontade saiam às bordas. Sem
conhecer uma só Rua de São Luís, aventurei-me a conhecê-las, uma vez que teria
que entregar o ‘expediente’ da Seduc (distribuição de documentos). Limpar o
piso da Seduc, prédio da Rua Grande, era um dos meus afazeres, além disso,
atrevia-me a prestar informações quando os ‘oficiais’ de gabinete não estavam. Ali
limpei banheiros, pisos, armários mesas, dei recados, comprei cigarros e
lanches, no mesmo ínterim em que também aprendi as primeiras noções de
datilografia. E assim, fiquei até 1981, quando fui nomeado datilógrafo Padrão
6, para fazer parte do quadro efetivo dos servidores da Educação do Maranhão.
Isto graças a alma generosa de Nielza da Conceição Oliveira Soares, a quem aqui
externo a minha eterna gratidão. Neste tempo já havia sido transferido para o
Comind – Banco do Comércio e Indústria de São Paulo. Mas o destino quis que eu
voltasse para a Instituição da Educação (Seduc) na condição de funcionário.
Lembro-me quando era abordado por colegas: “agora tu és funcionário!”

E
ali passei a ser admirado e amado por quase todos, com esmero e dedicação, fiz
da Educação a minha mais eficiente academia…

São
muitas pessoas que passaram na minha vida, delas jamais esquecerei. Tenho
eterna consideração por todas, até pelos que em tentando me desestimular,
acabaram renovando o combustível da minha fé, perseverança e esperança. E,
assim, que neste dia reservado aos servidores públicos, coloco-me nesse
contexto para homenagear a todos.

Parabéns
meus colegas! Que a justiça de Deus e dos homens nos faça a cada dia mais
fortes para sermos, na realidade, lideranças servidoras, servindo à sociedade e
contribuindo para uma vida melhor para todos.

Depois
a vida me colocou degraus, e estou passando por eles! Não há nada,
absolutamente nada que me envergonhe e envergonhe os outros. Disto tenho plena consciência.
Não sei nada, mas ao mesmo tempo penso que estou pronto para os desafios que a
vida impõe. É verdade também que os anos de república, morada de estudantes,
deram-me a vocação pelo conhecimento e o real valor das coisas e, entre elas,
saber valorizar as conquistas.

Parabéns
meus colegas de todas as repartições públicas do Brasil, bem como todos do
Maranhão, e em especial àqueles que tive especial convivência. Obrigado por
terem aberto portas, segurado as minhas mãos e me abraçado com o abrasamento do
afeto, do respeito e da consideração.

É
verdade que a nossa classe ou categoria está sempre em voga quando da iniciação
de alguma campanha política, de diferente modo, contrário ao discurso e a ilusão
persuasiva, somos ao longo dos anos, tratados como trabalhadores de segunda
classe. Não à toa, ficamos e ficaremos a esperar a vontade dos ‘políticos’ e a
mercê de uma desculpa que no todo não é real, a de que não podemos ser
valorizados, ter as nossas descompressões de carreiras e salários, pois
travados pela pandemia. Ora, mas se o Estado não deixou de receber seus
tributos! Qual a lógica. Mas já sabemos o que nos será dito. Que agora seremos
valorizados.

Meus
colegas, a nossa organização sempre foi muito importante para que continuemos
de pé, firmes por assim dizer e, de fato, contribuindo para uma sociedade menos
violenta, mais humana, fraterna em que abomine quaisquer tipos de insubordinação.

Igual
a qualquer outro trabalhador, merecemos ser reconhecidos e temos necessidade
básicas e essenciais para as nossas vidas e sem as quais o motor do mundo não
gira.