A-feto

De que disporás de abraços


De que me recomendas distância
Se antes, provoca-me desejos
E por que razão me consumo
Decomponho-me em partes e até dilacero
Puno-me com ausência tua e me ponho em carências
E por que me negas em aparências se teu coração
denuncia

Teu ser me anuncia
Pede-me em contrição de amor
E se é por afeto, mesmo que distante,

hei de te
amar

Pois do que me vale viver sem o teu amor
Se a minha vida em ti, afeta
Sem ti, só pereço em buscas
Mas se me impuserem distância, ainda assim te sinto
É que nossas marcas são de afeto
E de um sentimento sóbrio de que imagina
Silencia e produz versos só pra ver se engano o
tempo

Já que de ti não me disperso
Prefiro viver de amor e a-feto
a fingir e me enganar a mim próprio
Uma vez que só do teu amor me nutro
E desses abraços sentidos e imaginados
Antes que a noite venha e eu sozinho
Viva a delinquir em outros sonhos e devaneios
Porém só do teu amor precise…


Nilson Ericeira