Patricidas
Salve, salve minha pátria ferida
Assim tão ferida e imoral que pariu genocidas
Homens nus de moral e ética, e de tão
falsa estética que maltrapilha está
Oh pátria de desencantos, quantos filhos teus sucumbem à morte, antes sem sorte
Que adoecer e logo morrer sem despedidas
Mas quem nega a vida, morre bem antes da morte do próximo
O próximo, o próximo…
Vivemos numa pátria fúnebre em que nem se importam quantos se vão
Mas pra que viver se antes negociam a sina, falta-nos de tudo
Mas que mais nos envergonha é falta da própria vergonha
Se a vergonha alheia não fosse tão cruel a prolatar sentença de morte
Confesso, nem me importaria, mas em jogo está a minha vida
Por isso pátria minha, ando me envergonhando de ti, mesmo que bandeira verde e amarelo ostente
Corre grosso sangue de viver enlutado no meu próprio chão
Nilson Ericeira
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