Arari de encantos II

Posto que de todo o meu amor terás

E do começo ao fim és de que me
alimento

Aliás, não terás o último dia

Pois me avivas dia e noite para te
amar

E assim serei estrela defronte de ti
todos os dias

E, de vez enquanto me esconderei

Só para me procurares com teus olhos
de luz

E quando o outro dia chegar, serei
teu sol, nuvens passantes…

Passarinhos, passaradas, passeios,
passos, passei…

Arari é a cor da minha cor sem
discriminação

A raça da minha raça, a graça da
minha graça

Pois ali todos somos irmãos

Há um céu sem limites para amar

As tuas águas, tua gente, cultura e
encantos…

Será sempre o meu caminho e abrigo

A sombra do meu ser é a tua imagem

O riso, o choro, o silêncio, o teu
amor e tudo

Pois sou de tuas entranhas

Arari meu amor!

Meu paraíso e céu de encantos

Minha flor virgem e nua

Bastam-me alimentos para minha poesia

Alegria e condimento do meu ser

É em ti que eu vivo, embora distante
e perto

Ali, defronte de ti, no céu de teus
amores

Rumores de espera de um tempo tão
esperado

Pois é no teu seio, leito, terra,
águas, gente e bichos

No meio disso, atolado na lama,
lambuzado de escamas

Assim sentirei o teu ‘piti-ú-ar’

Oh meu céu de amores!

Nilson Ericeira