Posto que de todo o meu amor terás
E do começo ao fim és de que me
alimento
Aliás, não terás o último dia
Pois me avivas dia e noite para te
amar
E assim serei estrela defronte de ti
todos os dias
E, de vez enquanto me esconderei
Só para me procurares com teus olhos
de luz
E quando o outro dia chegar, serei
teu sol, nuvens passantes…
Passarinhos, passaradas, passeios,
passos, passei…
Arari é a cor da minha cor sem
discriminação
A raça da minha raça, a graça da
minha graça
Pois ali todos somos irmãos
Há um céu sem limites para amar
As tuas águas, tua gente, cultura e
encantos…
Será sempre o meu caminho e abrigo
A sombra do meu ser é a tua imagem
O riso, o choro, o silêncio, o teu
amor e tudo
Pois sou de tuas entranhas
Arari meu amor!
Meu paraíso e céu de encantos
Minha flor virgem e nua
Bastam-me alimentos para minha poesia
Alegria e condimento do meu ser
É em ti que eu vivo, embora distante
e perto
Ali, defronte de ti, no céu de teus
amores
Rumores de espera de um tempo tão
esperado
Pois é no teu seio, leito, terra,
águas, gente e bichos
No meio disso, atolado na lama,
lambuzado de escamas
Assim sentirei o teu ‘piti-ú-ar’
Oh meu céu de amores!
Nilson Ericeira
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