No
meu anátema virei metáfora.
Dei
o fora e fui à forra com meus opressores.
E
em anacoluto me deu um soluço,
só
de ver tanta injustiça.
Mas
com esse paradoxo não concordo.
A
politeia era tão essencial, hoje é só banal, as bacanais.
A
politeia descarada.
Ou
melhor, panaceia.
Na
minha raiz, fiz-me de radical.
Felizmente
o meu sufixo é amar.
Amar
eternamente.
Ah,
ainda bem!
O
meu prefixo e sufixo é você.
É
que a forma desconforma.
A
estrutura é começo, meio e fim.
E
no meu crucifixo: Jesus.
O
meu predicado é você.
E
o meu sujeito simples e composto.
Minha
oração sem sujeito: é não ter você.
E
o indeterminado, não saber onde você está.
O
oculto também.
O
que faz, com quem anda…
Meu
verbo impessoal.
É
uma antítese, a síntese, eu sei, pois sou um plebeu.
Então
essa chama não para, a doença não sara.
Minha
parassíntese: amanhecer, renovação…
E
meu artigo sou eu.
Meu
substantivo concreto é você.
No
amor, abstrato.
Na
minha imaginação, coletivo específico.
No
meu coração, você um concreto fictício.
Mas
nas entranhas de mim, adjetivações!
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