Eu conto os minutos.
Eu conto meu canto da chegada.
Só pra te ver de novo nascer em mim.
As flores são deste lugar.
A essência é deste lugar.
A vida é deste lugar.
O bando que passa anunciando o inverno.
A banda tocando, a voz anunciando.
E quando voltam, inverno ou verão.
Estações, amor!
A vida se renovando, o algodão florando.
Os peixes desovando.
Iracema na piracema, esperando a vida acontecer.
Os caturros aporrinhando.
A água besliscando a barreira, já na meágua.
O amor reflorescendo.
A vida se indo, o findo.
O cura, a cura, o amor de Deus protegendo,
A gente né!
É deste lugar.
E lá vem água descendo e subindo rio.
Uma revolução de águas, mãe d’água.
Águas no cio.
É sinal de novas crias.
É a vida fazendo, amor acontecendo.
Minha chuva chovendo e caindo em mim.
E enchendo pessoas.
Eu recebo essas gotas, pingos de amor!
Minhas veias, regatos, riachos…
É Arari no seio do meu ser.
É rio, os campos, os lagos, enfim.
No cio, esperando amor acontecer.
Outra vez, mais uma vez, tantas vezes.
Arari meu amor.
Nilson Ericeira
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