Ainda
que de tempestades seja acometidos
A sonhar
á deriva…
Ainda
que só de sonho eu viva
E ainda
que a minha velhice seja rótulo
E de uma
antipatia crescente
E por
eloquente que tente impor a minha voz
Não me
rendo a intempéries e incompreensões
Ainda
que só em sonhos e realize plenamente
Ainda
que só dormido te veja e tenha…
Sem
nenhum tato, contato ou percepção
Moras no
meu coração em sangria ao alento
Na
velocidade do vento, com o passar do tempo…
Outros
sonhos, outros ventos, novos tempos
E ainda
assim, sem o teu amor não vivo
Pesar de
tantos atos desumanos
Pesar de
tanta dor vivida e assistida por esta vida minha
Ainda
assim, do teu amor me alimento
Pois
alenta alma minha que de tão devagar, divaga
E, sem
pressa alguma, quer se desfazer de mim
Então,
persistirei em sonhos
Sonharei
com um mundo longe de ser perfeito
Mas
justo e sóbrio, onde não se meçam as pessoas pela idade
E não se
radiografe o caráter pela cor da pele
E negue
a abismos não permitidos por abraços sinceros
Pois de
laço em laço, de fio a fio eu teço
Teço
fios de vida em mim…
Faço as
correntes de que me enlaço
Antes
asas, agora, travas
E ainda
assim, sou livre
Pois
pretensioso sempre fui
Ainda
que de sonhos eu viva
Ericeira
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