Temo que esses laços me atinjam
Que os
teus braços não me abracem
E que
não tenha o teu amor em mim
Temo a
iminência da solidão
Eu temo
o vazio do quarto
O ensaio
e arremedos de amor
Apenas
as cenas sem os atores principais
E que da
minha janela eu não te veja mais
E assim
não mais me encontrar no amor
O amor
de quem tanto quisera
E
encontrar razões para temer a ausência de quem amo
E me
debruçar sobre meus anseios ao passar dos dias
Nessa
inconstância de amar
Eu não
temo continuar te procurando
O que dá
medo é emudecer meu coração para ti
Pois de
tantas incompreensões
Meu
peito pode fingir não mais sentir
E meso
sofrendo e querendo, calar sentimentos tão especiais
E assim
temer te dizer que ainda te amo
Mesmo
que no peito amor sentindo
Ainda
que no meu peito atingido
Meu ser
esquálido e em devaneios
Mesmo
que me resto apenas os meus mundos
O teu
ser em mim em sina
Mas
pobre de mim, que de tanto medo tenho
Que por
vezes em covardia e taquicardias
Meus
dias sem ti
Venero-me
ao um ser sem vida
Que
desaparece em plena luz do dia
Ofusca-se
sem tê-la aqui em voz e matéria
Vou
assim, escondendo-me em mim mesmo
Feito um
covarde assumido que, mesmo sentindo,
o amor
me tem negado
E negar
a si mesmo é covardia máxima
Daquelas
que sabe que o amo existe
Mas
ainda assim, esconde-se!
Ericeira
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