Pesada cruz

 Senhor, perdoe-me

Sei que não
sou puro

Mas preciso
de ti

Ando às
vezes de mal comigo e com os outros

Sei que
cada um de nós tem o seu fardo

Mas não
me tenho suportado às minhas angústias

Essa
mania de querer governar as pessoas!

Como se
eu sempre tivesse a palavra certa para conduzi-las

Eu sei,
não é certo

Assim
como falar mais que ouvir

Às vezes
me ponho no centro de tudo

Não sou
o dono da verdade, aliás, ninguém é

Só o teu
amor é capaz de modificar o mundo

Cesar a
dor e a guerra

Proteger
inocentes!

Mas não
te ouvimos e quando assim fazemos

Estragamos
publicitando a tua interação conosco

É que
queremos levar vantagem em tudo

Até te
vendem em prateleiras da hipocrisia!

Hoje e
todos os dias eu te busco

Sei que
do teu amor respiro

Penso
que já te fizeram outras cruzes

Com
outros materiais

Deve até
já ter a feita em dígitos

Pois
queremos impressionar uns aos outros

Somos
uns páreas e ingratos!

Que Deus
me ouça e me faça a cada dia mais tolerante e manso

E quanto
aos meus irmãos, cuida-lhes com a tua proteção

Pois não
sabem o que fazem

Por mais
‘sábios e felizes’ que possa parecer

São grãos
de areia no mundo

Agora e
sempre eu peço a tua bênção

E que a
cada dia eu me possa olhar com mais benignidade

 

Nilson
Ericeira