Porto solidão

Hoje eu ancorei a minha embarcação

Antes à deriva, agora sublimação

Que naveguei por muitos mares

Ares da minha solidão oceânica

E me vi só marinheiro à deriva…

Ancorei-me nos sonhos antes nascidos

E vi-me no ancoradouro do teu amor

E, assim, aprendi que o tempo nos ensina

E nos completa na nossa crescente incompletude

É que somos passageiros e comandantes

Passamos com quem ficamos

E nem sempre ancoramos em porto seguro

Dei-me por perto de mim e distante

Assim, passageiro do tempo e amante das letras

E pretendi pegar com as mãos as gaivotas

Bateram asas…

Riscando o céu do indizível

Em meio a tempestades e ventanias

Porém, sei que na vida o que nos segura é o amor

Pois alimento dos que estão só ou em multidões

Por isso ancorei-me em ti com um pretendente a viajar

Mesmo que velejando em mares desconhecidos

Ou mesmo projetando o céu dos meus sentidos

Declarar-me ao final de que quem mais amor me acompanha

Pois sei que nunca estive só, mesmo que sozinho

Mas um guardião do tempo

Portanto, podes vir, pois meus braços te esperam.

 Nilson Ericeira