O
meu desejo transmuta
Muda
de cor
É
furta-cor
Equaliza
no tempo
Ofusca-se
e aparece
Vaga
igual vagalume
É
lume e deixa pistas
Risca
o tempo e some no ar
A
cor do meu pecado sou eu
Meus
versos e loucuras
Minha
sensatez e lucidez
Minha
nudez de espírito
Minha
descrença em homens
E
minha peça mal acabada
A
minha estética esticada
E
versos incompletos
E
tome tempo
Em
prateleiras vazias
Ainda
bem que reajo
E
saiu de mansinho
Nem
pecadas eu deixo
Pois
me reduzo a nada
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