O diálogo de um pecador I

Este
ano foi assim

Sentir
saudade,

alegrei-me
e entristeci

Corri,
lutei, amei, esperancei

Debrucei-me
sobre os meus problemas

Enfrentei

Lembrei
de tantas coisas

Rir
sozinho

Chorei
num cantinho

Abracei
bem apertado

E
sentir repulsa

Contei
o tempo,

estabeleci
tantos projetos

E
quase não me dou conta que não sou eu quem determina

Do
mesmo modo que quase me esqueço de mim

Pratiquei
estereótipo com humanos

E
o que eu sou?

Mas
ainda bem que Ele sempre me põe no caminho

Segura
às minhas mãos

E
me ajuda a seguir

Aliás,
Ele é o próprio caminho e luz

Este
ano eu fui indiferente

Fiz
vista-grossa!

Não
enxerguei o que vi

Não
tive piedade de um irmão

Prejulguei,
julguei, condenei, encarcerei

Nem
me dei conta que estou preso nas minhas velhas convicções

Um
prisioneiro da minha ignorância

Por
vezes sou pura estética

E,
ainda assim, quero ser o espelho e o reflexo

No
ano que vem eu quero errar menos

E
evitar ser um tribunal

Pois
vítima de mim mesmo

Eu
quero ter um outro olhar

Um
olhar que me seja possível enxergar

pessoas
como irmãos

 Nilson
Ericeira