Este
ano foi assim
Sentir
saudade,
alegrei-me
e entristeci
Corri,
lutei, amei, esperancei
Debrucei-me
sobre os meus problemas
Enfrentei
Lembrei
de tantas coisas
Rir
sozinho
Chorei
num cantinho
Abracei
bem apertado
E
sentir repulsa
Contei
o tempo,
estabeleci
tantos projetos
E
quase não me dou conta que não sou eu quem determina
Do
mesmo modo que quase me esqueço de mim
Pratiquei
estereótipo com humanos
E
o que eu sou?
Mas
ainda bem que Ele sempre me põe no caminho
Segura
às minhas mãos
E
me ajuda a seguir
Aliás,
Ele é o próprio caminho e luz
Este
ano eu fui indiferente
Fiz
vista-grossa!
Não
enxerguei o que vi
Não
tive piedade de um irmão
Prejulguei,
julguei, condenei, encarcerei
Nem
me dei conta que estou preso nas minhas velhas convicções
Um
prisioneiro da minha ignorância
Por
vezes sou pura estética
E,
ainda assim, quero ser o espelho e o reflexo
No
ano que vem eu quero errar menos
E
evitar ser um tribunal
Pois
vítima de mim mesmo
Eu
quero ter um outro olhar
Um
olhar que me seja possível enxergar
pessoas
como irmãos
Ericeira
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