O
fruto do amor se tivera
Se
vez em invernos, verões, primaveras
E
no outono se fez outra vez
No
ciclo da vida eu vi nascer e morrer
Tanta
gente que vai e que fica
A
partida dói muito mais que a despedida
As
flores murcham, o amor entristece
Os
dias parece morrerem
Pois
é o amor que se vai
O
que fica no coração edifica
Até
já perdi a conta do tanto que sofri
Nem
pareço ser um ser normal
Afinal,
tudo é igual
Um
dia a gente chora e logo sorri
Só-rimos
de tudo, até do que não se tem
Acho
mesmo que sou um pobre coitado
Vivo
a procurar as fontes que estão em mim
E
ainda me iludo com promessas de amor
Sou
tão pequeno a ponto de não saber da minha estatura
E,
a esta altura da vida, só tenho medo de me despencar
Pois
sei que para chegar ao andar de cima não adianta só rezar
Temos
que ter amor e compaixão e saber perdoar
Por
isso que eu digo que a minha pobreza me levará ao abismo
Ainda
bem que sou fonte e sei para onde ir
Mas
se por acaso ouvir a minha voz
Procure
escutar, pois eu vivo a gritar
A
grita que trago comigo não está só na voz
Mas
em tudo que vejo, que escuto, percebo e sinto
Não
adianta disfarçar nem quer se negar
Ericeira
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