
Passa a água que passa no rio
Que lava uns pés
E enxuga as mãos
Desce no corpo e produz nosso pão
Que passa da ponte
Que passa na cidade
Que encontra cidades
Passa a água da canoa
E que balança aningas
Que esgota e renova a vida
Que dá vida, traz vida, que cria novas crias
Que dá pão e água…
Que cobre a terra, que molha o chão
De quem busca justiça
Que dobra os joelhos por devoção
E que faz do caldo, unção
Lá vai a tua barquinha até sumindo no horizonte…
Que vai e que fica nos ouvidos
Que agita banzeiros e chama marés
Lá vai a água descendo o rio
Rompendo igarapés
O sol se escondendo
A noite descendo
Que fomenta a flores e estações
De umas cidades, desta cidade do meu coração
Então, ara ali, pois acabou de chover
Cheiro de terra no teu chão
Ara outra vez que eu quero ver flor de melancia
Para outra vez degustar a fruta da terra
Ah minha menina!
Minha cidade!
meu Arari!
Agora já em melhor idade
Minha terra querida és a minha flor de algodão
Lá vai a canoa para onde não sei
Mas leva contigo a esperança de novos pães
Lá vem, lá vem a pororoca para despertar
nosso povo e levantar marés
Tuas águas que sobem e que descem visitam a matriz
Espiam as andorinhas que riscam o teu céu
Escutamos teus sinos em baladas eternas nos corações
Contritas pessoas que bebem tua água
Que se alimentam de peixes e de águas
Que por ti tem devoção
Meara este coração e me permite externar
O que faz águas nos olhos e corações
Oh pátria amada, alimente teus filhos
Para que sempre externem amor consentidos nos corações
Nilson Ericeira
(Robrielle)
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