Espelho, espelho meu me diga se há alguém mais narciso do que eu!

Por Nilson Ericeira

(Poeta, escritor, jornalista, psicopedagogo e advogado)

Espelho, espelho meu me diga se há alguém mais narciso do que eu!

Existem pessoas que gostam naturalmente’ muito de aparecer em tudo que fazem, desejam apenas se sentirem. Agora, com advento da mídia social, muito mais ainda. Pessoas que agem assim não só são narcisistas, mas egoístas camufladas de pessoas solícitas, generosas e ‘sociáveis’. Porém, no fundo no fundo, desejam ser o novelo, a linha, o cerol, o papagaio e a rabada, se não fora o próprio vento!

Nestes tempos existe uma nova moda, a dos produtores de conteúdo, com um detalhe: não precisam se preparar para nada, basta se sentirem lindos e muito bons. De um certo modo, tudo isso é bom porque há um público que gosta de lixo cibernético que até se identifica e se lambuza nele. Outros, por sua vez, se valem literalmente das necessidades alheias! E não são poucos os que falam com veemência do que não sabem, não presenciaram, não apuraram e, portanto, não têm certeza. Mas tudo vale por mais e mais aparições. E, quando não aparecem com mais constância nas janelas do mundo é porque estava certamente produzindo ‘conteúdos’.  Justo motivo, então.

Mas o que tem o ‘jornalismo’ de tão especial ou tosco que quase todo mundo quer ser ou se diz jornalista? Ainda que lhe falte essência, segue o barco…

Mas o jornalismo não segue à deriva, pois olhos e ouvidos da sociedade, eu diria: a própria percepção da sociedade. Percebem!

Apesar da baixa educação e formação de muita gente que se espelha na sua própria imagem, não se deve subestimar o público ou os públicos, pois como nas antigas editorias, todos temos as nossas preferências. Um exemplo bem claro disto é o futebol, que antes de ser um entretenimento, é uma forma de muitos ficarem milionários nele, com ele e nos vários nichos que o envolvem. Portanto, é racional que torçamos, é irracional que nos alienemos e nos alimentemos disto.  Outro exemplo, poderia a ser as novelas, agora nem tanto.

Devemos seguir e admirar as pessoas por alguns motivos, porém tem gente que não há nada para revelar, para refletir, assim prestam desserviço à formação humana. Ainda assim, estas mesmas pessoas, sempre fazem da vida um grande espelho onde se miram do amanhecer ao anoitecer como se fossem muito melhores que os outros, porém, em nada contribuem para o bem.