
Ainda lembro quando à beira do rio ficava vendo aninga balançar
Escutava bem longe o grito da maré passar
No espelho d’água o rosto dela a contemplar
Arari no meu coração, pororoca a anunciar
Arrasta bancos, sobe a roupa, sai do peral
A roupa a enxaguar
Lembro-me da flor de mururu a anunciar
Lembro-me ainda da moça linda que eu via passar
Lá vem, lá vem, lá vem pororoca no nosso rio a arrastar
Do outro lado bate o vento nas aningas fazendo a sincronia desse lugar
Ah como eu ainda me lembro de tudo que aconteceu por lá
Lá do outro lado do rio, a sintonia perfeita das aningas a balançar
Pois Arari no meu coração, aningas
No meu coração, canoas, pescadores, pororocas…
E muitos meninos a se lambuzarem no esmeril ou lama visguenta
Tem gente que enche os olhos d´água ao se lembrar
Arari, águas de amor em mim
Em secas, cheias ou pororocas, não importa a estação
É amor no meu coração
No meu coração, aningas…
Nilson Ericeira
(Robrielle)
More Stories
A Câmara dos Deputados: ‘parla-mento’ brasileiro
Por uns caminhos que levam às fontes
PENSAMENTO DO DIA