Usar sangue e cadáveres humanos como muletas políticas é abominável

Por Nilson Ericeira

Usar sangue e cadáveres humanos como muletas políticas é abominável

O Estado não tem autorização para matar, seja cidadão de bem ou marginal, não esse o percurso intercriminis, não é esta a prescrição legal As autoridades policiais representam o Estado, ainda assim, há de se preencher alguns requisitos para que adentre a casa – asilo inviolável – das pessoas.

Quando um policial se defende ou responde ao ataque está no estrito cumprimento do dever legal. Há alguns casos prescritos em lei que há autorização para se fazer cumprir a lei.

A falta de compreensão de alguns ou ignorância de tantos que, por desconhecerem a lei, mas ter bocas e dígitos fervilhantes na mídia social, fazem com que não somente emitam opiniões desconexas da realidade legal, com teor de sentenças condenatórias, mas levem a desinformação como ali estivesse representada a realidade constitucional.

É fácil e sintético dizer que a Polícia prende e a Justiça solta como se um fizesse o seu trabalho e outro desfizesse! Ora, como assim cara pálida, conheces um artigo pelo menos de algum código, se conhece, interpretou conforme estabelece a doutrina, o contexto social-cultural, a gramática e a própria lei?

O certo é que há um clamor popular e público pelo fim da violência que se espalhar nos rincões do Brasil. Mas é bom lembrar que tudo isto foi construído há anos. Quer saber como se produz violência? Negando direitos, subtraindo para si ou para outrem recursos das Políticas Públicas, comprando votos, mentindo na mídia social, tentando ou estimulando golpe de Estado, praticando nepotismo cruzado, roubando o erário nos três Poderes, etc. Mas este assunto será transmitido noutro artigo.

E não se extermina o crime cometendo violências! Quem comete crime no afã de fazer justiça tem tanto espaço na tipificação legal quanto o criminoso da caça. Simples para quem faz julgamento precipitados ou arrepio de sua própria consciência. Para quem sabe de fato qual o papel do Estado na sua envergadura constitucional, a reprovação radical.

Assistir a uma autoridade do Estado comemorar quantidade de mortos é ter dessabor pela vida alheia ao tempo que suja de sangue a sua biografia, aliás, a tinta do genocídio não sai mais, fica para sempre. .

A imagem e a dor de quem perde seus parentes e amigos ficarão para sempre, ainda há os que comemoram os desatinos de quem foi eleito para tutelar a vida, a liberdade, promover a igualdade, mas, pelo contrário, comemoram e até entoam as suas falas como se fossem um troféu: o troféu da morte ou da carnificina.

Quem comete crime de qualquer natureza deve pagar pelos seus atos distantes com a harmonia social a que buscamos, porém entre o crime, a ação, omissão, tempo do crime e lugar do crime há um percurso longo, esforço que se faz necessário para que a injustiça com qualquer pessoa não prospere.

Fazer política atolado no sangue das pessoas ou usando cadáveres como muletas é abominável.