Os coices dos burros e as patadas dos humanos

Enaltecer alguém pelas qualidade visíveis, sensíveis à percepção humana, faz todo sentido. Entretanto, encontrar qualidades nos coices transferidos nos estábulos da vida, por óbvio, não somente afastam os dos outros animais, inclusive daqueles que têm práticas de má convivência.

Mas o estábulo deve ser dividido!

Preferimos então, ensacar o nosso cabedal ‘intelectual’ para encontrar qualidades em que sabemos não ter, mas que para o nosso consumo apático e nenhum pouco empático, é tudo que nos basta para continuarmos com as nossas penas lubrificadas pelas tintas da hipocrisia.

Acontece que com atitudes egoísticas, além de prejudicarmos os outros, cai por terra o referencial de que nos vangloriamos possuir.

Mas se isto fosse apenas produção de uma única mente que saúda corruptos e lhes faz homenagens, até que daria passar. Porém, o que não passa em branco, é que alguns de nós somos seguidos por centenas e milhares de pessoas que, pela força persuasiva de nossas falas, aí incluindo a textual, firmam-se em nossos discursos e acabamos por confirmar que, ser advertido com ‘coiçadas’ de vez enquando, não custa tão caro assim.

Num estábulo, todos parecem iguais, mas a dimensão do coice é diferente de cada um que pratica e a dor, esta vai depende do grau de admiração que temos pelo asno de nossa preferência!

Mas por fim, num país onde canonizaram pneus e exaltam hipócritas na mesma medida, nada é impossível.