Tempo, asas e colibris…

Tempo, asas e colibris…

Vejo que o tempo de outrora não mais me alcança

Embora tente segurar o tempo em vão

Mas sei que são coisas vivas no meu coração

Percebo que nada mais será

Outras nem valem mais a pena

Pois do amor que vivo e viverei

Só fortes lembranças

Nada mais

Hoje, com o rosto enrugado pela labuta da vida

Envelhecido e pouco notado

Dou passos para fim…

Mas antes, olho pelas flechas do mundo

Observo-me no ângulo que eu desejar

E sei eu não secou me desejo de amar

Ainda assim caminhos

Mas sei que fiz composições

E produzir notas

Talvez ninguém escute

Pois os ecos eu sinto no meu coração

E o mundo, senhores é mudo

Inerte e vazio

Pois há seres estéreis e maldosos pregando o bem

Enquanto ferve de ódio no coração

Por isso, vou continuar tentando segurando o tempo

O que foi, o que vai, o de agora

Mas sem nunca me esquecer de mim mesmo nos caminhos

É que por vezes piso em espinho

Mas não perco a ternura

Nem a margo meu peito

Pois sou depositário do amor

Nilson Ericeira