Por Nilson Ericeira
(Jornalista, professor, psicopedagogo, poeta, escritor e advogado)
Da análise política: ‘Abstinência do Poder’
A abstinência ainda não é tão sentida, pois vige por enquanto sobre a mesma caneta, o Poder por meio do mandato popular. Esta máxima não vige para os atuais prefeitos e vice-prefeitos que se reelegeram, pois continuarão nos seus respectivos cargos.
Porém, para os prefeitos e vice-prefeitos que não se reelegeram, a tal abstinência do Poder vai se apresentando aos poucos, à medida que o tempo passa, não somente afastam-se do Poder com uma pressa de pesadelos, mas principalmente daqueles ‘amigos’, que outrora rodeavam a casa grande, agora já dão passos de desaproximação. Como que um sinal de despedida antecipada.
Mas é preciso saber que os derrotados, há pouco menos de um mês, eram as melhores pessoas do mundo: preparados, cheios de sonhos socializantes e participativos, esperanças e inovações, agora ‘deprês’. Sentido em que, neste curto período que lhes resta, serão capazes de tudo. Uma espécie de vingança fria causada pela desaprovação popular.
Um ódio remoído, por assim entender.
E tudo que fora dito antes, neste intervalo de tempo que lhes resta, farão tudo para cobrar na cara de uns viciados com o poder. Sentido em que não temerão em humilhar, pois humilhados estão.
A pergunta é, como pode um gestor calejado de muitas disputas, deixar-se vulgarizar pelo ócio e inação e, ainda assim, deixa passar o tempo como se o poder fosse permanente?
Na vida sempre tiramos boas lições, mas isto para quem tem humildade para aprender.
O assunto central é a abstinência do Poder, portanto, de agora em diante, nem terapia ocupacional resolverá a dor intensa da solidão e a falta de dividendos mensais, ou melhor, multiplicáveis mensais. Impostos redistribuídos constitucionalmente que deveriam ter fim social coletivo, e não apenas de um restrito grupo.
Esta prática é geradora e distribuidora de violência.
Mas não se espantem, muitos ‘pseudo cristãos’ vão ficar torcendo para tudo dá errado. É que a intenção e o sentimento nem sempre representam a embalagem.
Abstinentes, conformem-se.
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