Abutres ou hienas?

Abutres ou hienas?

Abutres e hienas famintas

Devoram tudo que vem pela frente

Uns canibais

Com faces de gente

Mas de práticas hediondas

Devoram gente viva

Matam pessoas

Negam direitos

Arrobam o cofre público

E procuram carniças

Uma gente vil

Que humana não é

Que se nutre da fé

Da esperança e dor alheias

Quanto mais pobre, melhor é

Oh revoada de abutres!

Pestes e hienas

Por que devoras a carne humana

Se em ti tudo é podre

Tens patogenia

Então, deixem-nos viver

Eis essa gente inculta

Que se passa de sábia

Mas que prospera com a dor dos outros

E ainda se regozija de bondades

Como se da carniça que sobrara

Não desse para espalitar os dentes

Hienas e abutres em forma de gente

Uma gente que gente não é

Pois não importa a carne

Se viva, convivas

Se morta, devoras

Abutres selvagens

Hienas modernas

Nilson Ericeira