Arari num sonho poético

Quando encho o peito de ar

Quando vejo a canoa passar

Quando deságuo no mar

E preparo meu ser para amar

Logo estou, lá estou, lá eu fico

Meu coração, edifico

Arari, cidade do meu coração

Chão dos meus caminhos

Laços e traços do meu ninho

Minhas tintas em profusão

Quando remo rumo ao mar

Quando meu ser cedinho me faz despertar

Quando na porta a prosear

Estou lá, fiquei lá, vou lá

No chão que Deus me deu para amar

Arari, minha paixão, história e vida

Não vivo sem a tua guarida

Não chego ao oceano sem teu rio

Teu mar

Terra da melancia

Torrão que Deus me deu para amar

Quando chega à tadinha

Vejo japi passar

Os meninos vendendo doce

O auto-falante-fone a anunciar

Logo desperto para as letras

Só para te referenciar

E atenção, muita atenção

É o comunicador a anunciar

Quando amo, amei, amarei…

Em maré seca, cheia ou em preamar

Arari, cidade da Baixada

É nesse torrão que vou para sempre acampar

Nilson Ericeira