Crente que as suas ações aqui na terra eram compatíveis com o currículo para ir para o céu, não é que Zecapão recebeu notificação para ir para o Purgatório!
Aqui Zecapão aprontou poucas e boas, de comunicador de porta de velório a enaltecer corruptos, fiscalizou do que não lhe deram carta, perseguiu em nome de uma suposta seriedade, meteu-se com os ‘mauricinhos’ e a apresentou-se em solenidades como um dos assessores da autoridade maior do município.
Um distribuidor de bondades e simpatias, um bebedor inveterado que adora posar para fotos e distribuir na net, ao lado de pessoas que ele julga importantes.
Zecapão criou o seu próprio labirinto, encheu a sua mansão de vidros, pois quer sempre ver primeiro, se for ‘pobretão’, não recebe e, quando recebe, é apenas para lhes aplicar ‘mijadas’. Empolgado com o espaço ‘conquistado’, Zecapão puxa o saco de qualquer um, desde que esteja ou tenha a possibilidade de Poder (Poderes).
Não à toa, ele tem sido visto escondidinho em conchavos nada republicanos!
Mas Zecapão, que não é besta nem nada, agora vive lendo o livro sagrado e, de hora e vez, dá uma caminhada até às igrejas. É que na visão dele, é sempre bom manter-se perto do rebanho.
Mas para sua surpresa, sendo ‘tão bonzinho’ assim não lhe restava outra morada que não o Paraíso. Ledo engano, quando chegou ao Purgatório o capiroto ficou furioso e ordenou que não lhes sobrassem brasas quentes em seu couro, mas que ali era só um estágio, pois o inverno não lhe receberia e muito menos ainda fixaria residência.
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