Ararizei…

Celei o meu cavalo e me coloquei no caminho

E fui me descobrindo na manhã daquele dia

Hora em xote, hora em marcha, hora em trote

O sol parecia me dá coloração

O vento frio cedia aos poucos

No chão uma fumaça que a noite havia guardado

Aos poucos via o céu em furta-cores

Levando a noite que se fora

Na relva, flores, pastos, algodão, mata-pasto…

Nas arvores, não apareciam mais gigantes

Assim seguir, logo escutei sinfonias

Os passarinhos despertavam e alegravam o céu de Arari

Vez ou outra, descia do meu cavalo imaginário

E acenava com as mãos como quem queria tê-los

Ou lhes dá mais asas pra voar…

Pra dizer em cantos e encantos o doce de amar o nosso lugar

Os bois berraram, os cavalos e asnos relincharam

As ovelhas, nomes próprios

E, então, descemos solidários e de um só sentimento

De quando em vez, mutucas nos aporrinhavam

No que batiam as patas, mexiam as orelhas…

No límpido céu que já abrira as portas

Parecia descer anjos e bolas de algodão

Em tudo na terra parecia em plano

No céu, composições e revoluções passantes

Eu, amante, acordei, recordei e amei

Assim, desmontei de mais um sonho de amor

Nilson Ericeira