Arari sangrando…

As veias do Mearim sangram

Aportaram em portos nossos

‘Homens bons’

Tão bons quantos suas práticas

Não é miragem!

Tão bons quanto suas sementes

Impiedosos, disfarçados de santos

Mas uns santinhos de ‘pau ôco’

Se no barco seguissem,

mas aportaram aqui com mala e cuia

Com muitos mantimentos

E com alforges cheinhos de ‘boas intenções’

Entre os seus dotes,

os de guardar as datas sagradas

Não o dia do consagrado

O sagrado dia das transferências constitucionais

E assim amam a nossa cidade

Enquanto o barco à deriva segue

Dizem e acreditam,

Que compram a miséria alheia

E correm para a senha

Mas qual é a senha?

Entre os milhões que calharam com a barca

Ah, a senha é de um algarismo só

Em logaritmos e casas decimais

Com a sobra da estopa

Esnoba-se

Ou ameniza-se a sangria da canôa

Nilson Ericeira