Não me prendas, não me roube,
não destruía o meu ninho
Não me negues o direito de viver, voar e amar
Não destruam as minhas árvores
Não queime o meu chão
Não me pode, não me incomode
Quero voar o mais alto que puder
O mais alto que minhas asas alcançarem
Quero te ver sorrir do Alto
Quero ver na visão maior
Meu rio correndo pro mar
Na volta, ao nascedouro
Que beliscar as tuas águas
Quero o sabor de teu doce no chão de Arari
Quero ouvir as ladainhas e ver procissões
Quero o peixe de Piracema
Quero me atirar no Nema
Não me pode, não e incomode
Não encha meu ar de fumaça
O meu campo de carniça
Não deixe cair chorume em minha água
Nem envenene o meu chão
Não me tenha no ‘progresso’ regresso
Não cesse o meu cantar
Não me isole numa só estação
Pois sou de todas, sou do mundo…
Antes livre a voar por onde eu for
Pois o meu canto é de amor
Nilson Ericeira
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