Desta parte da vida,
não vejo o Sol.
Nem me vejo mais,
tanto faz!
E ela tanta falta me faz!
Não tenho lugar nu espaço cósmico.
Não sinto sensações,
muito menos a térmica.
E vida…
Estou na caverna,
sou cavernoso.
Mas quando ponho meus olhos pra fora,
ainda vejo uns olhos escuros a se ir de mim.
Os meus verdes, azuis ganham uns tons vermelhos.
Era a luz de que me oxigenaria,
Marias, maresias, fantasias…
Mas não tenho luz,
agora a luz nem fede e nem cheira.
É incolor, inodora, obscura derivante do ocaso.
E neste caso sou despido completamente dela.
Me ofusquei, afoguei, apaguei e paguei por outros pecados.
Mas isso já é normal!
Viver sem luz.
Quem a fagulha faísca em mim.
Mas se me faltar, morrerei antes da minha própria morte.
Neste espetáculo, todos estão vestidos.
Outros: travestidos.
E, sem luz.
Nu e no crepúsculo de mim.
E ainda assim, me movo e me deixo passar pelo tempo.
E me levar pelo vento.
Nos tempos obscuros em que sofri e dilacerei.
Morri no ocaso e em crepúsculos que a vida me vez.
Robrielle
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