Vida íntima e vida privada, eis o discernimento

Por Nilson Ericeira

Poeta, professor, jornalista, psicopedagogo e advogado

Precisamos irremediavelmente de estética, nossos espelhos, aí dispostos no mundo, o maior deles, a Internet com a sua sedução diária e pernoites.

Fisgados pelo ócio, varamos noites, perdemos tempo…

Não nos basta olhar para os vidros das janelas dos automóveis, olhar fixamente nos espelhos, ou mesmo na tela do celular, precisamos ser vistos por maior número de pessoas possível e, como se devêssemos, dá de alguma maneira satisfação de tudo que fazemos.

Aparentemente não há problemas nisto, afinal todos somos vaidosos e isso nos faz bem, nos anima diariamente, porém tudo que é feito em excesso, em algum momento, poderá nos prejudicar. Acontece que temos a nossa vida privada e íntima, coisas que só a nós dizem respeito.

Publicar sem reflexão é a automação da ignorância.

Chegamos a um ponto de todos saberem onde estamos, o que fazemos, com quem estamos… Esta atitude pode até parecer normal aos olhos de quem não quer se preservar. Pois quando expomos a nossa intimidade, do mesmo modo, ficamos vulneráveis e indefesos.

Penso que para tudo na vida devemos estabelecer filtros, ou seja, nem tudo que fazemos deverá ser objeto de divulgação. E, este cuidado, também nos deverá ser objeto de uma constante de conduta. Não se trata de cerceamento da liberdade, mas de estabelecermos cuidados conosco próprios.