Do primeiro ao último dia
Gratidão
E quando no andar derradeiro
Gratidão
Retidão e amor…
Ainda que não ande mais
Andarei por versos
Escritos meus, nossos…
Pois o tempo passou
Abracei, chorei sorrir, fui amado e amei
Abrasei esperanças
Deixei sementes
Sei que tenho obras invisíveis
Silenciosas, silentes, salientes, sobressalente…
Mas não fui um omisso
Meu tempo,
o tempo do verbo amar
Lavei os degraus da vida
Literalmente, um escravizado
Um dia, há um dia!
Nos meus dias não vejo em despedidas
Mas sei que chegarei ao último verso
Pois incompleto seguirei…
E em gratidão
Até que no último degrau
Me dispersem
Pelo vento do tempo infinito
E as sementes
Só o tempo dirá
Nilson Ericeira
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