Os degraus do 61

Do primeiro ao último dia

Gratidão

E quando no andar derradeiro

Gratidão

Retidão e amor…

Ainda que não ande mais

Andarei por versos

Escritos meus, nossos…

Pois o tempo passou

Abracei, chorei sorrir, fui amado e amei

Abrasei esperanças

Deixei sementes

Sei que tenho obras invisíveis

Silenciosas, silentes, salientes, sobressalente…

Mas não fui um omisso

Meu tempo,

o tempo do verbo amar

Lavei os degraus da vida

Literalmente, um escravizado

Um dia, há um dia!

Nos meus dias não vejo em despedidas

Mas sei que chegarei ao último verso

Pois incompleto seguirei…

E em gratidão

Até que no último degrau

Me dispersem

Pelo vento do tempo infinito

E as sementes

Só o tempo dirá

Nilson Ericeira