Ali, escondidinhos
Meninos traquinos
No quartinho, a venda
Enquanto os pintos piavam
O cachorro velho latia
Os gatos miavam
Espinhas no chão
Sentíamos o cheiro d o gosto do azeite de côco
O óleo que vovó Bibi fazia
O vento trazia e levava
Oh aroma bom, com gosto de saudade
Agora, a saudade é de doer na alma
Na casinha, uns trapos:
O côfo, a tarrafa, o caniço, o choque, o chapéu …
Enquanto escutávamos o toque no pilão
As galinhas se empoleiravam no jirau
O velho, a velha, os vizinhos…
À prosa boa que não acaba mais
Na maromba, há muito o cadelo descansava
O pitiu fino nos invadia vindo do rio
É sucuruju na espreita!
Cabaças e caiambucas abasteciam o nosso dia
Água no pote, na bilha, no filtro
A panela já há muito cozia
Orelha e pés de porco davam cor ao feijão
Meu irmão mais velho, ‘granfino’
A roupa velha indiferente no varal
A farda do Arariense era de gala
Nem todos tinham
Na rua, a volante anunciava políticos
Nossos avós, padristas
Nossos pais, barriguistas
Enquanto a arraia miúda anuncia a ponte
Afinal, o progresso!
Ou regresso, pois ir e vir pro outro lado do rio
Enquanto embaixo, latrinas
Oh saudade de ser menino outra vez
E trazer de volta esse tempo de outrora
Mas agora, só vejo as cenas passarem
Por isso, acordo
Nilson Ericeira
More Stories
Eu era craque! Mas há quem duvide
PENSAMENTO DO DIA
Já era: a Procuradoria Geral da República (PGR) denuncia o ex-presidente da República Jair Bolsonaro por tentativa de golpe contra a República Federativa do Brasil