Cercanias do tempo

Eu me cerquei de mim

Coisas do passado eclodiram

Eu me abracei com o tempo

Eu me saudei

Me apontei no horizonte

Debrucei-me na varanda

Me vi menino

Vi-me adolescente

Escutei meu coração

E fugir da cerca

Pois me queria solto

E me dei asas no próprio vento

E sentei na vida

Aqui estou

Olha só o que restou

E feito gavião afoito

Olhando para trás

E projetando novos voos

É que eu me enlacei no tempo

E me fiz menino
E me fiz o próprio homem que há em mim

Então vi outra vez o sol nascer dentro de mim

Captei o teu sorriso

Sentir o teu ar

Fiz preces pra te amar…

Que se agigantaram lá dentro

E reproduz ecos constantes

De quem se abasteceu da vida

E saiu pelos caminhos…

Agora aqui estou

Olha só o que restou

Nilson Ericeira