Diário de um servente I

Limpei chão de doutores

Servir a servidores

Tomei café na cantina

Servi-los em bandejas

Busquei água fina

A água ‘diferenciada’

Desci ruas…

Sem saber onde ia dar

Escutei ações importantes

Desimportantes também

Sentir barriga doer

Passei solidão

Mas aprendi boas lições

Fui humilhado e excluído

Anda bem que também fui abraçado e assistido

Fiz amigos eternos

Estudei sozinho

Aprendi a melhor lição

Por isso amo meus irmãos

Eduquei-me não por cognição

Mas por exaustão

Senti-me preso

Rompi os cadeados do cárcere

Venci a exclusão

Filiei-me ao amor

E extirpei a dor

Limpei escrivaninhas

Lavei o chão

Passei panos e limpei vidraças

Alguns achavam graça

Muito me estenderam as mãos

Obrigado aos que me ajudaram seguir a missão

Nilson Ericeira

  • O poema retrata o meu começo na Seduc, instituição que praticamente me formou entregou para o mundo, onde existem e existirão pessoas eternas no meu coração.