Penso
que ainda nas minhas veias correm um sangue vermelho
Às
vezes amarelam
Estou
verde de vergonha de alguns de vocês
Por
vezes vermelho de raiva
É
que trava no peito o sangue vermelho
Há
uma mistura lá dentro de mim
Ao
ponto de nem saber mais qual é cor
Talvez
a cor do desamor
Outras
vezes olho para o céu azul
E
logo percebo que aqui está cinzento demais
Nuvens
escuras me têm dado contorno
Absorto
e confuso não vejo saídas
Mas
não me engano eu já não tenho mais cor
Por
isso nem adianta pensar em desenhar
Nem
mesmo estou num pedaço de qualquer lugar
Custa-me
acreditar no preço do pecado antes da partida
Pois
se é indexo ao corpo
Talvez
melhor seria uma cruz e coroa de espinhos
Pois
confuso estou, ao ponto de não mais me reconhecer
A
tal ponto de analogias díspares e baratas
Ainda
bem que ainda sei que o barato da vida é o amor
Por
isso, onde eu for, seja de que cor for
Vou
misturar as tintas de mim
Ericeira
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