Arari em a boca do tempo

A espera
da cria para saciar sedes e fomes.

A espera
da esperança de Deus provir.

Que os
anjos bons intercedam!

Que a
noite não seja a escuridão do dia.

Que o
pão não seja apatia, mas em fatias.

Que a
espera se faça em confiança.

O amor,
a esperança.

Que a
sorte grande nos venha em prêmio.

Que a
prole prospere e que dos criadores, as crias.

Que as
sementes germinem, e que o amor não espere.

Enquanto
isso, na casa, goteiras…

No coração,
o alimento, a contrição, raro arroz, raríssimo feijão.
Mas o amor, no coração.

Bom
Jesus o obreiro!

Da
graça, a risada.

Da
Santa: as bênçãos.

Que se
multipliquem os peixes em desova.

Para o
homem, sobra a andropausa…

Às
mulheres, a germinação e san-gração.

E corre
a água da chuva para levando a multiplicação.

Arrebenta
a desova: a vida em piracema.

E assim
nascem as vida aqui.

Que Deus
não me faça a desfeita de conceber uma nova vida em outro lugar.

Com tudo
isso, que me faça surgir novamente em Arari.

Arar
ali, pois ali é a minha veia corrente pra amar.

 Nilson
Ericeira