Alma cálida

Alma
que silencia

Mas
que escorre corpo afora


fora em ebulições

De
tão buliçosa alma minha

Que
por vezes definha

Alma
de gente, portanto,

Efervescente!

Quisera
mesma à deriva

Sem
que nem me sentisse,

falasse,
amar-se

Pois
assim seria como quem não tivera

Antes,
pudera ser uma alma virgem

Com
o tempo, prostituiu-se

Viu
o mundo e ganhou asas

Vestiu-se
de santa,

encobriu-se
com o nada

Velejou,
voou, sumiu…

Agora
até parece não querer mais se assentar

É
que vive em devaneios

E,
ainda, sobra-lhe tempo

Para,
de vez enquanto, me expiar

Por
outro molde,

objeto
que sou do mundo

Que
em nada me pareço com ela

Pois
nenhumas semelhanças tenho

Mesmo
que ela é do meu espírito parido

Arde
em mim cálida alma

Que
teve sorte de ter o meu corpo por indexo

 Nilson
Ericeira